@MASTERSTHESIS{ 2021:2125164799, title = {A criação dos saberes institucionais na odontologia-RS (1931-1989)}, year = {2021}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2947", abstract = "O trabalho se propôs a estudar como se deu a constituição do atual sujeito que pratica a odontologia no Brasil. Para tanto, foi realizado um estudo das principais leis a que a profissão esteve submetida no país, ao longo de sua trajetória histórica, até a regulamentação atual; foi avaliado o papel das instituições formadoras que juntamente com os diplomados atuaram para que fosse estabelecida a hegemonia do saber institucional sobre o prático; e foi estudada, através da metodologia de história oral, a atuação dos diversos grupos que praticaram a odontologia, no período de 1931 a 1989, em alguns municípios sul-rio-grandenses para conhecer os saberes, as práticas e as disputas de poder travadas em torno do mercado de serviços odontológicos. A odontologia, que inicialmente era praticada de forma livre, sem qualquer regulamentação por parte do estado, a partir de determinado estágio da profissionalização, passou, aos poucos, a ser regrada por sucessivas leis. No Brasil, no período inicial do governo de Getúlio Vargas, foi editado o Decreto nº 19.852, de 11 abril de 1931, que, apesar de ter regulamentado duas categorias, acabou resultando, na prática, em três categorias de praticantes da profissão, tendo sido legitimados ao exercício: os cirurgiões-dentistas diplomados por escolas oficiais; os dentistas práticos licenciados, que poderiam habilitar-se mediante certas condições; e uma terceira categoria formada a partir dos demais praticantes que não se enquadraram na lei e continuaram a atuar na ilegalidade. Os três grupos estiveram presentes no mercado de trabalho da odontologia no período de 1931 a 1989. Quando existem diferentes grupos agindo no mesmo espaço social com interesses divergentes, há uma tendência de ocorrer conflitos. O problema de pesquisa foi investigar como se deram as relações entre esses três grupos de praticantes envolvidos em uma disputa de saberes e poderes. A metodologia de história oral, mediante entrevistas semiestruturadas com descendentes desses personagens históricos, foi utilizada para responder ao problema da pesquisa, tendo sido utilizada também para um melhor conhecimento dos perfis e de algumas trajetórias profissionais dos praticantes da odontologia no período estudado. O espaço geográfico dos interlocutores correspondeu a nove municípios da região Noroeste do Rio Grande do Sul. Os dados coletados indicam que ocorreu uma convivência relativamente harmoniosa entre os três grupos de praticantes, em nível de exercício local da odontologia, talvez pela existência, na época, de um grande espaço de trabalho que comportava todos os segmentos de trabalhadores da área; tendo os grandes embates ocorrido em nível de Congresso Nacional, através da atuação de grupos e instituições, usando de jogos de poderes econômicos, políticos e sociais para destravar, ou barrar leis, dependendo dos interesses que estavam em pauta. A partir da década de 1930, começou a prevalecer, no Brasil, a hegemonia do saber institucional sobre o prático, habilmente construída por diplomados e suas instituições formadoras. Por meio da legislação, foi-se aos poucos moldando o perfil dos diplomados e restringindo o trabalho dos dentistas práticos licenciados e as outras práticas irregulares, resultando no moderno profissional da odontologia que conhecemos hoje no Brasil.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Instituto de Humanidades, Ciências, Educação e Criatividade - IHCEC} }