@PHDTHESIS{ 2021:527053772, title = {Marito e buoi dei paesi tuoi: estratégias familiares de friulanos na região de colonização italiana do Rio Grande do Sul (1880-1964)}, year = {2021}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2944", abstract = "Por meio da reconstrução genealógica, este trabalho tem como objetivo principal analisar os movimentos de grupos familiares de imigrantes italianos e seus descendentes, principalmente da parte ocidental da região do Friuli Venezia Giulia, localizada ao nordeste da Itália. Para a análise desses núcleos, os sobrenomes são usados como fios condutores do estudo, a começar pela família Santin e suas ramificações. Esses italianos, com experiências anteriores de migrações sazonais para áreas urbanas da Europa Central, a partir de 1880, estabeleceram-se no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, inicialmente na localidade de Dona Isabel, dando vida a uma complexa rede familiar baseada em profissões artesanais. Essa rede se estendeu à localidade de Guaporé, onde o grupo foi analisado até 1964, data do último matrimônio de um descendente da família. Nesse intervalo de tempo, os núcleos parentais fizeram novas migrações para outros pontos da América Latina, mas mantiveram os contatos e laços ainda estabelecidos na Itália. A pesquisa orientou-se, portanto, por este problema central: como se dão os processos de transmutação cultural de friulanos nos espaços de destino migratório, principalmente no campo dos ofícios e das estratégias matrimoniais, para determinar sua fronteira étnico-cultural? Para responder o questionamento prevalecente, foram comparadas as seguintes fontes: registros paroquiais (batismais e matrimoniais) de vários municípios brasileiros e de um município argentino (Mar del Plata); documentos de registro civil brasileiros e italianos (certidões de matrimônio e nascimento); correspondência trocada entre famílias localizadas em diferentes partes do globo; entrevistas concedidas pelos descendentes. A metodologia seguiu a linha da história oral e da micro-história italiana, que, com base em casos específicos, insiste em uma dimensão historiográfica ampliada a nível nacional e supranacional. Não é a falta de estudos sobre a imigração italiana no Brasil que justifica este trabalho, mas o objetivo de demonstrar como a família foi o centro da dinâmica socioeconômica, especialmente em um contexto como aquele de Guaporé, que até o momento tem sido pouco explorado. Compreender as estratégias, os motivos e as especificidades de um processo migratório explica muito das atividades de grupos com profissões qualificadas, ou seja, portadores de características particulares e inseridos em um universo camponês. Evidenciou-se que determinadas tradições laborativas europeias de longa data possibilitaram a reprodução de ofícios na América Latina. Na localidade de Guaporé, por exemplo, emergiram intercâmbios de conhecimentos técnicos e práticos entre grupos de artesãos originários das zonas montanhosas, não só do Friuli, mas também do restante do arco Alpino. Eram grupos originários de regiões italianas vizinhas que apresentavam conhecimentos extra-agrícolas, em grande parte eram alfabetizados e possuíam alguma disponibilidade financeira, o que vislumbrou e viabilizou concretamente novas migrações através de redes ligadas a profissões e relações de parentesco. Alguns se industrializaram, outros, na quinta geração, ainda exercem as profissões herdadas dos antepassados, cada núcleo, porém, procurou conscientemente repropor as redes étnico-culturais e laborativas originárias.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Instituto de Humanidades, Ciências, Educação e Criatividade - IHCEC} }