@MASTERSTHESIS{ 2022:399220316, title = {O que se fala, se sente: a oralidade na Comunidade Quilombola Peixoto dos Botinhas, Viamão, RS}, year = {2022}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2935", abstract = "A presente pesquisa busca compreender de que forma a oralidade pode se caracterizar como patrimônio cultural na Comunidade Quilombola Peixoto dos Botinhas - CQPB, situada na localidade de Capão da Porteira, Viamão, Rio Grande do Sul. Além disso, objetivamos entender a relação entre memória e oralidade no quilombo, bem como compreender sobre a relevância do espaço do quilombo para as mesmas pessoas que o constroem e, simultaneamente, vão se construindo numa relação com ele. O trabalho se torna importante, socialmente, pela busca de valorização tanto da história, das práticas, dos saberes de uma comunidade quilombola, quanto da própria voz da coletividade, daquilo que seus membros têm a dizer, a contar. Academicamente, o trabalho torna-se significativo pela tentativa de contribuição com os estudos étnicos e de história cultural no que tange aos quilombos. Metodologicamente, foi utilizado o método bibliográfico, na reunião e seleção de materiais relacionados ao tema na literatura especializada. Mas, principalmente, foi empregada a história oral para a constituição das fontes, a partir de entrevistas semiestruturadas, juntamente à análise do discurso como forma de análise das fontes orais transcritas. Dentre os resultados da pesquisa, foi possível compreender a oralidade no Peixoto dos Botinhas de forma presente, responsável pela transmissão, enquanto enunciação memorial, próxima a uma noção de metamemória, de um cabedal de memórias tido como importante dentro do quilombo. Aquilo que foi e vem sendo transmitido vai desde a narrativa de fundação a estórias diversas sobre o cotidiano, ensinamentos, tipos de conduta e valores. A oralidade acaba sendo entendida como um bem cultural na sua função de enunciação, transmissão memorial e mesmo afirmação identitária através de uma dinâmica entre contação e memória. Isto faz com que reflitamos sobre a importância do meio de transmissão, da forma de enunciação da memória tanto quanto sobre as memórias em si, pois ambos, forma e conteúdo, se mostram relacionados. Além disso, foi possível observar a presença do medo do perder por parte dos entrevistados, em relação a um problema geracional de receptores, atualmente, desinteressados em ouvir sobre o passado e sem participação ativa na continuidade das memórias do quilombo e deste próprio, no sentido de comunidade e no que tange à própria manutenção da sede atual. A oralidade se caracteriza como um bem cultural na tentativa de continuidade do quilombo, na sua relação com a memória e um legado deixado pelos mais antigos, representado, inclusive, na importância atribuída à própria sede como espaço adquirido na luta e na intenção da existência de um porvir.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Instituto de Humanidades, Ciências, Educação e Criatividade - IHCEC} }