@PHDTHESIS{ 2021:358840053, title = {Ruth Schneider: diálogos entre a artista e sua obra (décadas de 1980 e 1990)}, year = {2021}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2406", abstract = "A artista brasileira Ruth Schneider (1943–2003) começou a pintar no final dos anos 1970. Sua trajetória de vida é marcada pelo tema da arte, uma vez que teve uma produção artística pujante. Essas obras foram produzidas até o ano de 2003, quando faleceu, em Porto Alegre/RS. O objetivo da tese é investigar as narrativas presentes na vida e obra da artista que reúnem fatos pessoais e históricos em obras visuais. Por isso, em vez de trabalhar com movimentos e datas, nesta tese, apresento uma visão autoficcional de Ruth Schneider, desenhista, pintora e escultora, construindo-a com base em temas como as “narrativas enviesadas”, o tempo e a memória, a arte e o espaço. A hipótese desta tese é que esses tempos na obra de Schneider são muitos: um tempo é o meu, pesquisadora em frente às obras, documentos, vídeos; o outro é o da própria pintora e da sua produção artística, da técnica que utilizou, suas referências plásticas e estéticas; outro tempo é o da memória de Ruth e de minhas próprias memórias. Com o cruzamento dessas temporalidades, procurou-se as ferramentas mentais da artista, no tempo da produção da obra, para que sejam uma fonte de entendimento do que tornou possível aquela representação. Pretendo estender a análise de Ruth Schneider, pintora passo-fundense, que comecei na dissertação “Arte e história na série Cassino da Maroca de Ruth Schneider”, introduzindo uma mudança de foco no debate, utilizando os arquivos audiovisuais autobiográficos que deram outra perspectiva para a pesquisa: a história das obras contadas pela própria artista. O processo de construção da artista é permeado por táticas que foram sendo tecidas ao longo da sua vida, na experiência concreta da arte. As fontes utilizadas para a pesquisa se constituem, centralmente, de arquivos audiovisuais (74 vídeos VHS do acervo particular da artista), embora também sejam analisadas fontes escritas, entrevistas e materiais iconográficos como: quadros, esculturas, instalações artísticas, diários pessoais, jornais e materiais publicitários. Ao analisar suas ideias, foi possível perceber como ela foi capaz de elaborar obras plásticas que justificam sua forma de existir, bem como sua história. Para tal, foi utilizado o método da história da autoficção, que é “ficção de acontecimentos e fatos estritamente reais”, segundo Doubrovsky (1977), o qual lançou o termo no mercado francês. Vicente Colonna criou uma tipologia da autoficção, usando a autoficção biográfica como um tipo, em que a subjetividade substitui a sinceridade – graças ao mecanismo do “mentir-verdadeiro”. Artista incessante, literalmente conversou com suas obras, deixando o registro deste experimentalismo espontâneo em anotações e gravações audiovisuais. Recortou, pintou, colou, furou e amassou os seus suportes. Desenhava com as mãos, gerando gestos inesperados que explodiam em cores fortes. Sempre pesquisando os processos da forma, utilizou materiais inusitados que estabeleciam entre si relações bastante singulares e criou uma quantidade expressiva de trabalhos que declaram a falência da hierarquia entre pintura, desenho, escultura ou instalação.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }