@MASTERSTHESIS{ 2021:667042049, title = {Formação sobre ruínas : uma leitura da noção de experiência (Erfahrung) em Walter Benjamin}, year = {2021}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2169", abstract = "O objetivo desta dissertação consiste em investigar a noção de experiência (Erfahrung) na obra do filósofo e crítico da cultura Walter Benjamin (1892-1940), buscando articulá-la ao âmbito da Filosofia da Educação. Trata-se de uma leitura hermenêutica e crítica, tomando como eixo central o conceito de experiência e visando entender como este opera internamente às diferentes fases de sua obra. Os pressupostos da formação cultural (Bildung) como uma concepção teleológica e normativamente fechada são contestados por seu pensamento. Disso depreende- se uma outra teleologia, que interpela a Bildung e a posiciona numa nova relação com as concepções de temporalidade, história, e narração, sem por isso abandonar as imagens do desejo próprias à modernidade. Dentre os principais argumentos aqui desenvolvidos estão: 1) Vislumbramos uma severa crítica à modernidade e ao Esclarecimento (Aufklärung) sem perder, por isso, suas dimensões formativas ¿ é possível de defender uma dialética de destruição- reconstrução; 2) Benjamin propõe uma concepção de história antievolucionista que conclama à interrupção do curso do progresso, buscando salvar o passado e redimi-lo; 3) A experiência na modernidade depara-se com impossibilidades em razão da vivência do choque: por isso, as saídas que se apresentam passam pela rememoração (Eingedenken), pela estética e por uma pedagogia materialista; 4) O telos formativo passa a não ter mais uma forma definida: é essa a crítica à dimensão progressista da história que denega a própria infância (por isso, tomamos o risco de situar aqui uma teleologia aberta, sem sentido finalista); 5) Da crítica (momento destrutivo) que converte em ruínas (ou salva) o que está petrificado em sua forma mítica, surge a criança como aquela capaz de reconstituir os fragmentos buscando uma outra narração, uma outra história e uma outra temporalidade (momento reconstrutivo). Assim, Walter Benjamin critica o historicismo e a formação de finalidade fixa, convictas no avanço progressivo da Razão, da História e da Cultura, ao se apresentar como um pensador que renuncia ao sentido teleológico fechado na medida em que privilegia mais a singularidade do que a totalidade, mais o fragmento do que a reconstituição plena, mais as possibilidades imanentes de subversão do presente pelo resgate de um passado sempre prestes a ser esquecido do que o ímpeto nostálgico de retorno a um momento originário em que a experiência ainda poderia ser realizada. A modernidade aparece aqui diante de seus impossíveis, de suas inconsistências e faltas, o que nos remete a uma dimensão negativa da experiência humana, da qual depreende-se a possibilidade para a reinvenção e reconstrução de sentidos. Por fim, buscamos apresentar que trata-se de pensar a formação a partir de Benjamin como formação sobre ruínas, que as reconheça tanto como o negativo da crença irrefreável do processo histórico quanto do ímpeto fechado de desenvolvimento e formação. A criança se constitui como aquela que é capaz de narrar, criar e brincar a partir dos escombros da cultura, uma das formas, para Benjamin, de sermos fieis à possibilidade de emancipação.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Faculdade de Educação – FAED} }