@PHDTHESIS{ 2021:1685790313, title = {Da mente dos historiadores às mãos dos autores: livros didáticos de história e suas apropriações historiográficas sobre os africanos escravizados no Brasil (1890-2010)}, year = {2021}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2005", abstract = "A presente tese focaliza o contexto das relações estabelecidas entre a historiografia e os livros didáticos de História no Brasil. O objetivo central consiste em analisar como as formas de produção e circulação das diferentes abordagens propostas pela historiografia sobre os africanos escravizados no país foram sendo apropriadas pelos livros didáticos de História no período compreendido entre 1890 e 2010. O corpus documental é constituído por vinte e quatro livros, sendo dois de cada década do período delimitado. O suporte teórico-metodológico adotado contempla abordagens da História Cultural, principalmente a contribuição de Roger Chartier (1990; 1991; 2010) autor que, ao debruçar-se sobre este campo, opera com os conceitos de representações, práticas e apropriações. Os livros didáticos de História, aqui tomados como objeto e fonte, foram analisados segundo cinco categorias: Diáspora Africana, Resistência, Cotidiano dos Escravizados, Abolição da Escravatura e Contexto Pós-abolição. Foi possível constatar que a temática dos africanos escravizados repercute nas obras tomadas aqui como fonte de pesquisa e que estas mantêm diálogo com o debate teórico e historiográfico que ocorre em diferentes esferas. Os livros didáticos de História do período de 1890 a 2010 assimilaram a seu modo, em maior ou menor escala, em diferentes ritmos e formatos, e com certo descompasso temporal, as mudanças que ocorreram na historiografia. A pesquisa demonstrou que da historiografia clássica e revisionista veio a apropriação de representações do africano somente no contexto da escravidão. Não bastasse, nela este é caracterizado, na maioria das vezes, como objeto ou mercadoria, baseando-se na tese de coisificação do cativo. Com a renovação na historiografia brasileira, a partir da década de 1980, o livro didático de História começa a ganhar novas características. Este passa a ser apresentado numa perspectiva de enxergar os escravizados como sujeitos históricos na medida em que retrata suas contribuições culturais e étnicas na constituição do povo brasileiro e reconhece como positiva a diversidade e a pluralidade cultural que os caracteriza. Todavia, além da historiografia incidem também sobre este objeto cultural outras formas de inteligibilidade presentes na cultura histórica de cada época e das práticas sociais vigentes e, nessa direção, os livros didáticos de História se apresentam em desarmonia com os saberes construídos pelos movimentos sociais e por outras comunidades de saber.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Faculdade de Educação – FAED} }