@MASTERSTHESIS{ 2019:12530398, title = {Biologia como polinização como ferramenta para delimitação de espécies}, year = {2019}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/1850", abstract = "A preservação da flora nativa de uma região está intimamente relacionada ao conhecimento intrínseco dos organismos que a compõem. A identificação correta de espécies vegetais e a determinação das suas necessidades ecológicas e reprodutivas são elementos fundamentais para promover estratégias de conservação eficientes. Estudos relacionados à taxonomia de plantas são, muitas vezes, baseados apenas em caracteres morfológicos, o que dificulta uma interpretação precisa da posição taxonômica de muitas espécies. Nesse sentido, a análise dos sistemas reprodutivos e a biologia da polinização servem de subsídio para esclarecer hipóteses possivelmente equivocadas. A recente descoberta da espécie vegetal Sinningia lutea tem causado divergências no meio científico, com tendência à incorporação desta à atual Sinningia allagophylla, apesar de apresentarem características estruturais muito diferenciadas. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo determinar se S. lutea e S. allagophylla devem, de fato, ser consideradas entidades taxonômicas distintas, com base em análises da biologia da polinização e do sistema reprodutivo de ambas as espécies. Para definir os polinizadores de cada espécie, foram realizadas observações em ambientes de ocorrência natural de S. lutea e S. allagophylla, com suporte de registros fílmicos e fotográficos. Além disso, determinamos o volume e as concentrações de néctar, sendo este último um importante fator na determinação do polinizador. Também analisamos comparativamente as características morfológicas de ambas as espécies, relacionando-as com o polinizador correspondente. Ainda, determinamos o sistema reprodutivo, que indica a dependência, ou não, da atividade dos polinizadores para o sucesso reprodutivo da espécie (autocompatibilidade). Nossos resultados apontam diferenças significativas em caracteres morfológicos e concentração de néctar entre as duas espécies. S. lutea possui flores com cores amareladas e corolas mais curtas e largas, além de néctar muito mais concentrado (características de polinização por abelhas), enquanto S. allagophylla possui cores avermelhadas e corolas mais longas e estreitas, incluindo néctar muito mais diluído (características de polinização por beija-flores). Além disso, nossas observações a campo confirmaram a distinção de polinizadores entre as espécies. Sinningia lutea é polinizada por abelhas Centris (Heterocentris) analis, enquanto S. allagophylla é polinizada pelo beija-flor Chlorostilbon lucidus. Ambas as espécies são autocompatíveis, mas dependentes de polinizadores. Portanto, S. lutea e S. allagophylla estão biologicamente separadas e podem ser consideradas espécies independentes. Nossos resultados evidenciam a importância do estudo das relações ecológicas, como a biologia da polinização, associadas à história evolutiva das plantas para estabelecer relações taxonômicas corretas e promover metodologias adequadas para a manutenção das espécies.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais}, note = {Instituto de Ciências Biológicas – ICB} }