@PHDTHESIS{ 2023:881003571, title = {Da possibilidade de sonhar como utopia: narrativas secundaristas a alargar amanhãs}, year = {2023}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2628", abstract = "A presente pesquisa, desenvolvida na linha de Políticas Educacionais do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Passo Fundo, objetiva reflexionar sobre a construção do amanhã como abertura utópica pela narrativa de juventudes secundaristas. Para problematizar este ensejo, a investigação é alicerçada nas histórias de vida e nas leituras de mundo tecidas pelas juventudes acerca da sociedade e da educação contemporâneas. Os territórios educacionais periféricos, rurais e de centros urbanos, são tomados como base analítica a fim de posicionar diferentes perspectivas de amanhãs, apreendendo as narrativas juvenis em termos sociais, culturais e históricos. Quanto à natureza do problema, o estudo está ancorado no método qualitativo hermenêutico-dialético, sustentando-se pela reflexividade dos sentidos que as juventudes constituem em meio às tensões e contradições que emergem da história reconhecida como tempo vivo. A abordagem do problema é articulada pela pesquisa (auto)biográfica, situando o dispositivo metodológico do Ateliê da Palavra, criado e desenvolvido singularmente em seis escolas da região norte e noroeste do estado do Rio Grande do Sul, a partir dos três territórios educacionais investigados, integrando 26 jovens da terceira série do Ensino Médio. O estudo é desenvolvido a partir de quatro momentos: o primeiro é tecido pela abordagem do passado histórico a constituir o tempo contemporâneo, posicionando os efeitos deste às formas de subjetivação atuais, situando perspectivas de amanhãs que encapsulam a possibilidade da experiência. O segundo momento evidencia a ideia de educação sustentada neste estudo, vinculada à perspectiva emancipatória de transformação da vida e do amanhã, contrapondo os autoritarismos mercantis e os empreendedorismos em voga na sociedade atual. No terceiro momento, é evidenciado o caminho metodológico-investigativo adotado na pesquisa, elucidando os fundamentos éticos, estéticos e formativos do Ateliê da Palavra, bem como a apresentação das juventudes secundaristas participantes e de suas escolas. O quarto momento da pesquisa situa a abertura narrativa das juventudes, atravessadas epistemologicamente pelo princípio esperança de Ernst Bloch, pela noção de sujeito ancorado na psicanálise lacaniana e pela educação em perspectiva freiriana, de inacabamento e criação. Como resultados deste percurso de abertura narrativa, o estudo se desnovela em três desdobramentos, a saber: a elucidação juvenil acerca dos impasses de crescer no mundo atual em meio às inseguranças, desigualdades e competições derivadas do laço social, evidenciando a angústia frente às maneiras de sofrer e viver contemporaneamente. A partir daí, as juventudes desnovelam horizontes por meio da capacidade de narrar a si próprias e abrir brechas no discurso, reconhecendo-se como sujeitos em perspectiva autoral. Como um segundo desdobramento narrativo, as juventudes discorrem sobre suas leituras de mundo e de sociedade através das histórias que as constituem, enlaçadas a condições de vida, trabalho, referências culturais, familiares e sociais, de modo a alimentarem um certo ideal de sonho e de amanhã. Além disso, as juventudes secundaristas narram suas percepções sobre o modo de vida atual, colocando em pauta as lógicas segregatórias e concorrenciais, bem como a precarização do trabalho e dos laços de solidariedade. Tais narrativas se realizam problematizando, também, o impacto da comunicação digital nas relações sociais e a ausência de participação das juventudes na vida pública. O último desdobramento narrativo diz respeito à experiência juvenil sobre a educação, elucidando os sentidos atribuídos à escola, mediados pelos princípios de uma educação bancária associada à vertente neoliberal e às repercussões desta compreensão ao ato de ser estudante e ser sujeito em devir. Conclui-se que, como alargamento do papel da escola na construção do amanhã, as juventudes a situam como um legítimo lugar de encontro com o outro e com a alteridade, enunciando possibilidades para abertura de horizontes, sonhos e devires. Por consequência, assinala-se que, ao viabilizar a abertura à diferença, espaços públicos tais como a escola são capazes de impulsionar a imaginação rumo ao amanhã, sendo a educação, quando atravessada por perspectivas emancipatórias da vida e do mundo, uma via possível para alargar o devir próprio de cada sujeito, bem como o devir da humanidade. Diante da capacidade de cada sujeito de abrir publicamente a sua palavra em singularidade, é possível defender-se ser aí que a construção de novos amanhãs reside, isto é, na possibilidade de narrar a si mesmo e o mundo, alargando coletivamente o ainda-não que representa o amanhã.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Instituto de Humanidades, Ciências, Educação e Criatividade - IHCEC} }