@PHDTHESIS{ 2018:476503572, title = {Entre campos : o intercâmbio espírita Brasil-Portugal e a (re)construção do movimento espírita português (1940-1980)}, year = {2018}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2469", abstract = "Na França, em 1857,era lançado O Livro dos Espíritos por Allan Kardec, conectado com o contexto “cientificista” do século XIX, que pretendia trazer respostas aos fenômenos tidos como “sobrenaturais”. Poucos anos após o lançamento da primeira obra, há relatos da inserção do Espiritismo no Brasil e em Portugal. Em ambos os cenários religiosos, o Espiritismo foi acolhido principalmente por uma elite local letrada.Sua difusão evidenciou-se a partir de uma imprensa opositora, a qual despertava a curiosidade popular. A expansão espírita em Portugal e no Brasil teve suas especificidades: enquanto que em Portugal foi visto um espiritismo mais ligado às bases científicas; no Brasil, o movimento espírita foi se fortalecendo através de um viés mais social e cristão. No Brasil, essa ênfase se consolida com a atuação principalmente de Francisco Cândido Xavier e da Federação Espírita Brasileira (FEB), quando da publicação de Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho(1938). Essa obra fundamentou a construção de uma tradição espírita brasileira. A partir dela, o Brasil era tido como um país dotado de uma “missão espiritual”, uma ressignificação espírita do mito fundador do Brasil “Terra do por vir”. Apoiados nessa “missão espiritual”, algumas autoridades espíritas brasileiras, principalmente após o Pacto Áureo em 1949, intensificaram sua atuação no campo religioso português. O movimento espírita português teve uma expansão significativa principalmente no início do século XX. Porém, entre os anos de 1933- 1974, o regime salazarista, apoiado pela Igreja Católica Apostólica Romana – ICAR dominava o campo político. Em 1953, o Governo português suspendeu as atividades da Federação Espírita Portuguesa - FEP, pois não a reconhecia enquanto uma instituição pedagógica e científica. Diversos centros espíritas também tiveram suas atividades suspensas, restringindo o movimento espírita português a poucos centros espíritas e a cultos familiares. Apenas a Revista Estudos Psíquicos, fundada por Isidoro Duarte Santos (1939), esteve em circulação durante quase todo esse período. Essa revista foi a principal fonte utilizada neste trabalho para compreender historicamente o encontro entre esses dois campos religiosos (BOURDIEU, 2004), Brasil e Portugal, na ação do processo de (re)construção do movimento religioso espírita português (1940-1980). A fundamentação teórica se norteia em Arribas (2014) para compreender o papel das autoridades espíritas brasileiras, portuguesas e luso brasileiras, suas atuações nos tipos específicos de autoridades: intelectuais, institucionais e carismáticas, as quais fortaleceram o intercâmbio e direcionaram referências histórico religiosas de experiências consolidadas no movimento espírita brasileiro para Portugal, apontadas por Bernardo Lewgoy (2008) e acrescida a categoria transcendental “missão espiritual”. A conexão histórica entre Portugal e Brasil foi ressignificada culturalmente e lhes permitiu construir para si representação(ões) específica(s) do espiritismo em seus campos. O intercâmbio de suas ideias uniu convicções que se reafirmaram historicamente, conectadas “espiritualmente”, trazendo para o Brasil um protagonismo no campo religioso, com um tipo de discurso representativo de um espiritismo “religioso” (social e cristão) que, acreditamos, influenciou não só o campo religioso português, mas que avança na atualidade no campo religioso internacional.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }