@PHDTHESIS{ 2022:1927762982, title = {Da essência da técnica ao pensamento meditativo: caminhos para a formação humana}, year = {2022}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2467", abstract = "A educação contemporânea apresenta desenvolvimento e modernização, principalmente no campo tecnológico. Por outro lado, demonstra estar se distanciando da ideia de formação pensada no sentido da Bildung. Todavia, tal noção é necessária, ao nosso ver, para assegurar um projeto educacional crítico e plural, que contemple os seres humanos com seus mais diversos interesses e possibilidades de realização. Inserida em um contexto mercantil, a educação passa a ser regida pela lógica da administração empresarial, onde os sujeitos implicados nesse processo tendem a ser compreendidos como números e mão de obra para o mercado de trabalho. Não se trata mais de formar no sentido de aprimorar a racionalidade, cultivar a alma e impulsionar o pensamento reflexivo. O foco passa a recair na obtenção de saberes e práticas capazes de auxiliar na produção de recursos pertinentes à demanda capitalista-neoliberal, o que amplia o alcance das forças técnicas que, no entender de Heidegger, condiciona o mundo moderno. Essas forças não equivalem simplesmente ao impacto dos aparatos tecnológicos que permeiam nossa existência, mas à postura fundamental que subjaz a tudo o que é técnico. Uma postura que estrutura nossa relação com o mundo de tal modo que nossa compreensão dos entes e de nós mesmos é enquadrada pelo desafio de exploração e ordenação do real. A presente tese visa, portanto, através de uma perspectiva bibliográfica e hermenêutica, aproximar o campo educacional da questão da técnica, desenvolvida por Martin Heidegger, expondo um diagnóstico do tempo presente e distintos caminhos para uma formação possível nos limites do mundo técnico. Tentamos elucidar que o maior perigo da técnica se dá pelo estreitamento do pensamento e da abertura de mundo, o que resulta em uma formação reduzida. Concluímos que há uma dimensão formativa possível desde o diagnóstico heideggeriano do domínio da técnica no mundo moderno. Quando atingimos, por meio do pensamento meditativo, a consciência da essência da técnica, conquistamos alguma liberdade na relação com ela. Logo, tomar consciência sobre a técnica é a condição para a formação no sentido de um autocultivo de si, cujo traço principal é a postura serena frente às suas demandas. Formar a si mesmo na serenidade é aprender a dizer sim e a dizer não à técnica: aprender a aceitar sua presença irreversível e o que ela traz de potencial para a vida, mas não se deixar enquadrar por sua força homogeneizante. Isso preserva um reduto para o singular, onde a diferença e a novidade radical podem sobreviver. Nesse sentido, o tipo especial de pensamento que Heidegger chama de meditação torna-se central. Formar a si mesmo em uma relação serena com a técnica demanda o cultivo da reflexão, da meditação sobre nós mesmos e sobre nosso mundo para inaugurar novos sentidos e assegurar modos de vida e processos formativos distintos daqueles propostos pela técnica.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }