@PHDTHESIS{ 2018:1949172667, title = {De volta às trincheiras: o revisionismo histórico paraguaio e a Guerra contra a Tríplice Aliança (1870-1930)}, year = {2018}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2465", abstract = "A escrita da história é um processo complexo, envolvendo inúmeros aspectos, sobretudo ideológicos, políticos e econômicos. Após a Guerra da Tríplice Aliança com a República do Paraguai [1864-70], esse país saiu destruído e o poder encontrou-se nas mãos das forças vencedoras aliancistas, apoiadas pelos legionários, paraguaios que combateram contra seu país. Após a guerra, as representações historiográficas e culturais dos vencedores se tornaram hegemônicas no Paraguai. Elas não impediram a existência de visões destoantes sobre a história paraguaia, em geral, e, a guerra, em particular. Antes da guerra já existia no Paraguai uma elite intelectual que refletiu e escreveu sobre o país, de forma direta ou indireta. Entre esses intelectuais pré-guerra, podemos destacar Alfred Demersay, Carlos Antonio López, J.R.Rengger, Manuel Pedro de Peña, Mariano Antonio Molas, Juan André Gelly, Francisco Wisner, entre tantos outros. No pós-guerra, se destacou a chamada geração dos Novecentos, que foi uma das mais importantes promoções de intelectuais do país, um dos primeiros grupos de pensadores que se dedicaram, com grande destaque, ao estudo da cultura e da história paraguaia. Entre eles, destacaram-se Blas Garay (1873-1899), Cecilio Báez (1862-1941), Juan Emiliano O’Leary (1879-1969), Manuel Domínguez (1868-1935), Juan Silvano Godoi (1846- 1926), Gregorio Benites (1834-1909), Fulgencio Moreno (1872-1933), Arsenio López Decoud (1867-1945), Ignacio Pane (1879-1920), Eligio Ayala (1879-1930), Manuel Gondra (1871-1927) e José Segundo Decoud (1848-1909). A chamada Geração dos Novecentos teve papel central na construção da historiografia paraguaia. Por muitas décadas a visão historiográfica hegemônica no Paraguai foi a visão dos aliancistas, onde a culpa do conflito era atribuída unicamente ao “tirano” Solano López; o Paraguai seria um país sem glórias, marcado pelo despotismo e que a guerra teria contribuido para “introdução” da civilização no Paraguai. De outro lado, parte dos intelectuais acima citados começaram movimento de resgate da história e do nacionalismo paraguaio, entre eles Blas Garay, Juan Silvano Godoi, Juan Emiliano O’Leary e Manuel Domínguez teriam exaltado aos feitos do povo paraguaio muito antes do surgimento do lopismo positivo em 1930. Podemos perceber que, desde o fim da guerra, houve um surdo movimento de simpatia para com o mariscal Francisco Solano López, entre a população do país. Em visita ao Paraguai, em 1887-8, o político argentino liberal-mitrista Estanislao Zeballos declararia, sobre a constituição já praticamente orgânica de movimento lopista, que explicava como revivência de tendências atávicas regressivas paraguaias. Através das obras produzidas pelos quatro intelectuais acima citados, dos manuais escolares e dos jornais do pós-guerra analisaremos o início do revisionismo histórico e buscamos compreender como a historiografia paraguaia se constituiu, quais suas influências, semelhanças e diferenças.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }