@PHDTHESIS{ 2022:1398626440, title = {Para além da formação neoliberal de capital humano: Nussbaum e a formação enquanto cultivo da humanidade}, year = {2022}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2416", abstract = "A presente tese defende a ideia de formação enquanto cultivo da humanidade como contraponto ao modelo de formação neoliberal de capital humano. A problemática que moveu a investigação aqui apresentada é sintetizada mediante a seguinte questão: De que modo a educação, enquanto formação humana, foi usurpada pela concepção de formação neoliberal de capital humano e qual o alcance da teoria do cultivo da humanidade de Nussbaum para delinear um modelo renovado de formação humana? Para respondê-la, utilizamos a pesquisa bibliográfica como método e a postura hermenêutica como modo de compreensão dos textos, delimitando-os através de chaves de leitura que surgiram ao longo da investigação. A partir de um diagnóstico de época feito com auxílio de Martha Nussbaum, Pierre Dardot e Christian Laval, chegamos aos conceitos-chave que podem ser responsáveis por essas mudanças, a saber, o Neoliberalismo e a Teoria do Capital Humano. Tomamos a obra Nascimento da Biopolítica, de Michel Foucault, para compreender os aspectos constituintes do neoliberalismo, bem como os textos dos teóricos economistas fundantes da Teoria do Capital Humano, Theodore Schultz e Gary Becker, para encontrar as explicações sobre esse modelo formativo neoliberal. O neoliberalismo tornou-se uma racionalidade que estimula a concorrência generalizada entre os indivíduos. Essa lógica da concorrência percorre todas as esferas da vida cotidiana, tornando a vida contemporânea insuportável. A Teoria do Capital Humano, por sua vez, com a ideia de investimento no sujeito para o desenvolvimento econômico das nações, tornou-se uma ferramenta do neoliberalismo para adentrar no núcleo da constituição das subjetividades por meio da educação. A racionalidade neoliberal utiliza uma versão renovada da Teoria do Capital Humano como ferramenta para se apropriar-se da alma dos sujeitos. Esse modelo formativo originou um sujeito antipolítico e individualista que não se preocupa com o que é público e coletivo. Como alternativa a tal modelo, apresentamos uma proposta de formação enquanto cultivo da humanidade, pautada nas obras O cultivo da Humanidade e Sem fins Lucrativos, nas quais Martha Nussbaum delineia uma “pedagogia socrática”, o desenvolvimento de uma cidadania universal e a capacidade de imaginação narrativa. Concluímos que uma formação pautada nesses aspectos pode apresentar-se como uma poderosa estratégia de resistência ao encolhimento da subjetividade dos sujeitos contemporâneos. Essa formação necessita, de acordo com os resultados dessa pesquisa, ser apoiada por um Estado que garanta investimentos, por uma escola que reviva seu sentido e por professores pesquisadores e valorizados em sua profissão. A concepção de cultivo da humanidade de Nussbaum pode impulsionar importantes elementos na direção de uma formação que desenvolva as capacidades mais amplas dos seres humanos, estimulando uma cultura de desenvolvimento de subjetividades mais densas que as propiciadas pela formação neoliberal de capital humano.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Faculdade de Educação – FAED} }