@MASTERSTHESIS{ 2016:1095215862, title = {O triste fim de Anton Kliemann: a campanha de nacionalização e seus desdobramentos no oeste de Santa Catarina}, year = {2016}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2393", abstract = "O propósito deste estudo é investigar a repressão decorrente da Campanha de Nacionalização em Itapiranga - lugar banal, situado no extremo oeste de Santa Catarina - durante o Estado Novo (1937-1945), usando como fio condutor, o personagem Antônio Kliemann, um excepcional normal preso em 1942, acusado de crime contra a segurança nacional. Com a implantação do Estado Novo, Itapiranga passou a figurar como “quisto étnico” aos olhos do regime ditatorial varguista em virtude de sua formação étnica homogênea, visto que a colônia recebeu exclusivamente (i) migrantes teuto-católicos a partir de 1926. Para o governo, a zona deveria ser nacionalizada. Em paralelo, o Estado montou “um aparelho de repressão” através da Brigada do Rio Grande do Sul, com perseguições étnicas e políticas justificadas pelo discurso da “construção da brasilidade” e da “nacionalização do estrangeiro”. Neste cenário, Antônio Kliemann, um ex-chefe integralista, foi acusado de contrabando de armas e preso, sendo que sua prisão foi documentada pelo Processo Crime 3.666 do Tribunal de Segurança Nacional, que fornece elementos detalhados em torno dos atos repressivos cometidos por agentes do Estado em cumprimento à lei. Preso, Kliemann foi torturado pelos agentes policiais e em consequência dos danos sofridos, passou a apresentar problemas mentais. Foi absolvido em 1943 pelo Tribunal Pleno do Tribunal de Segurança Nacional. Diagnosticado com esquizofrenia, não conseguiu mais retomar a vida normal em sociedade e em família, e em 1952, suicidou-se. Um triste fim! Durante décadas, a memória oral mantém viva sua história, como uma lenda, e, em 1999, uma ação de reparação moral e material foi impetrada no poder judiciário pela família de Kliemann. Julgada procedente em 2010 pelo Supremo Tribunal Federal, a ação é um precedente jurisprudencial em se tratando do Estado Novo. Em 2004, Antônio Kliemann foi reconhecido como anistiado político post-mortem pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Tudo isso ocorreu em Itapiranga, lugar onde aparentemente nada aconteceu! Em termos teórico-metodológicos, trabalha-se na perspectiva da micro-história e da análise exaustiva dos dois processos-crimes, fontes centrais do estudo.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }