@MASTERSTHESIS{ 2021:1358128506, title = {Autobiografia e sistema prisional (a leitura de quem passa, a leitura de quem fica)}, year = {2021}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2107", abstract = "Esta dissertação analisa e compara duas obras autobiográficas - Memórias de um sobrevivente (2001), de Luiz Alberto Mendes e Estação Carandiru (1999), de Drauzio Varella - que se debruçam sobre o mesmo espaço físico e social: a Casa de Detenção de São Paulo, mais conhecida como o Carandiru. O norte da pesquisa é o seguinte problema: quais os aspectos distintos e quais os aspectos semelhantes que aparecem nas duas obras autobiográficas e que fatores podem estar relacionados à constituição de tais pontos de vista, em tamanha incompatibilidade de local social de seus autores, mesmo que em torno de um mesmo espaço, a Casa de Detenção de São Paulo? Partindo dessa questão, o objetivo geral é analisar essas obras autobiográficas sobre o Carandiru, construídas de perspectivas diferentes em relação ao real, em diálogo com as questões que envolvem a memória e o que a ela se liga, como a constituição leitora e as influências do horizonte social de quem se recorda. Para alcançar esse objetivo, em um primeiro momento, se utilizam os estudos da autobiografia para compreender os movimentos na escrita e a intervenção desse gênero na narrativa de Varella e Mendes. Em um segundo momento, são observadas as possíveis influências da formação leitora vivida por Luiz Alberto Mendes e Drauzio Varella em seus livros autobiográficos. Após, analisa-se a construção do EU que narra na composição ficcional ou memorialística do relato e, por fim, são comparadas as obras, apontando-se as semelhanças e diferenças entre as narrativas sobre a representação do espaço prisional, sua organização social e regimento interno criado pelos detentos. A base teórica deste trabalho se concentrou nos estudos autobiográficos e nas teorizações a respeito dos elementos que o compõe: a leitura, a memória, o testemunho e as vozes presentes, tanto na construção do texto, como na do autor autobiográfico. Para isso, são utilizadas as obras O Pacto Autobiográfico: de Rousseau à Internet (2014), de Phillip Lejeune, As pedras e o Arco (2004), organizado por Regina Zilberman, Cultura escrita, literatura e história (2001), de Roger Chartier, Leituras: do espaço íntimo ao espaço público (2013) de Michèle Petit, A memória, a história, o esquecimento (2007), de Paul Ricouer e Gêneros do discurso (2016), de Mikhail Bakhtin. A dissertação é dividida em dois capítulos teóricos, um capítulo metodológico, em que se apresentam os escritores, as obras e metodologia de análise eleita - análise de conteúdo, conceitualizada por Laurence Bardin (1977) - e um capítulo de análise. Ao fim desta pesquisa, se conclui que há mais semelhanças do que diferenças nas descrições feitas sobre o Carandiru, que se manteve praticamente inalterado entre as décadas de 1970 e 1990. Essas semelhanças estão relacionadas à emancipação ocasionada pela leitura e literatura em Mendes para que pudesse existir uma simetria entre as escritas de sujeitos tão diferentes. A principal diferença entre as narrativas se dá mais pela intencionalidade dos autores e nos usos do gênero autobiográfico do que pela assimetria de local social que ocupam os escritores.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }