@MASTERSTHESIS{ 2021:1656797087, title = {O narrador demoníaco de Lagoa Branca na obra Os tambores silenciosos, de Josué Guimarães}, year = {2021}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2105", abstract = "Esta dissertação pretende interpretar a obra Os tambores silenciosos, de Josué Guimarães, em relação à construção de sentidos quanto aos estatutos narratológicos e seus constituintes interpretativos. O realismo, como estética, associado à ampla variedade de produções artísticas, alicerça-se também à formação do romance como gênero, podendo ser considerados um divisor de águas em relação à produção literária anterior. Os tambores silenciosos, de Josué Guimarães, é um exemplo recente das tendências de representação inauguradas pela ficção de Defoe. Segundo Ian Watt, há o uso de enredos não tradicionais, ou inteiramente inventados, ou baseados parcialmente num incidente associado às demandas políticas da modernidade, as quais recorrem na contemporaneidade, quais sejam, as tentativas de imposição de ordem política autocráticas e autoritárias, lideradas por autoridades nacionalistas e de fundamento fascista. Esta pesquisa, assim, focalizando o gênero romanesco, associará dois elementos característicos à narrativa, ora na ordem do narrador, ora no campo dos estudos da personagem. Como diegese, a narrativa que foca na trajetória individual do herói, na sua psicologia demoníaca, de acordo com György Lukács. Nesta pesquisa, a condição do personagem, dissociado e em busca, é transmigrada para a função de narrar, característica e complexa no que diz respeito ao romance. Ademais, é necessário considerar os modos da compreensão do romance postulados por Jean Pouillon, na obra O tempo no romance, que propõe a distinção formal de duas visões: "por detrás" e "com", a partir do olhar das irmãs Pilar, que o leitor acompanha na narrativa. Dessa forma, é necessário compreender a voz que narra e busca algo nos voos dessa perspectiva que tenta desvelar a vida e busca alguma reordenação na degradação do mundo baseando-se em Todorov no que tange às visões de Pouillon. Para tanto, a perspectiva de Gérard Genette complementa o estudo do narrador, tratando da focalização. Somada a isso, faz-se fundamental a crítica genética, cujo objeto de estudo é o manuscrito como portador do processo de criação, conforme Philippe Willemart e Claudia Amigo Pino e Roberto Zular, haja vista que esse olhar das personagens parte do manuscrito de um mapa de Lagoa Branca feito por Josué Guimarães. Na imagem, de certo modo, uma forma alegórica se constitui como parte do que será o todo, um espaço Lagoa Branca, cercado, mas invadido, seja por demoníacos pássaros negros, seja pelo olhar de quem narra. Por conseguinte, como afirma Louis Hay, a observação de um desenho no manuscrito é uma espécie de retorno às fontes.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }