@MASTERSTHESIS{ 2021:490550740, title = {As máquinas e a língua : um debate entre a Inteligência Artificial de Turing e a Enunciação de Benveniste}, year = {2021}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2092", abstract = "A interseção entre Inteligência Artificial (IA) e Linguística é mais do que fundamental, é necessária. Logo nos primórdios da ciência da computação é aventado o conceito do Teste de Turing, que corrobora com essa interseção, equiparando, em potência, máquina e humano. Este trabalho pretende, a partir dessa concepção de Turing, contrapor a proposta com aspectos linguísticos abstraídos das reflexões sobre língua em Émile Benveniste, especialmente a partir de um percurso de distinção entre os domínios semiótico e semântico para atingir a concepção enunciativa. Esse movimento teórico auxilia a compreender o que Searle apresenta como um problema semântico de teorias baseadas em uma Inteligência Artificial forte. O objetivo, com isso, é compreender quais são os limites de manipulação da linguagem por agentes inteligentes e quais os subsídios que a própria investigação pode ofertar para a nossa compreensão sobre a linguagem humana. O conceito elaborado por Turing e o desenvolvimento da IA na contemporaneidade, bem descrito por Stuart Russell e Peter Norvig, já garantem um potencial genuíno em um âmbito linguístico para a IA. Contudo, esse aspecto depende especialmente de uma seleção e combinação de termos por probabilidade de uso, sem especialmente atingir um caráter humano da língua, que é explicitado por Searle, no argumento da Sala chinesa e pode ser compreendido através da conceituação de semantização da língua, necessária para a enunciação, abstraída de Émile Benveniste. É justamente por conta dessa condição que o ser humano se distancia dos demais animais e também das máquinas. A capacidade de combinar, associar e definir termos prováveis é extremamente útil em algumas condições, com ambiente bem definido, isso porque nessas situações protocolares é interessante o rápido diagnóstico que as máquinas são capazes de produzir, como em uma triagem de sintomas médicos, por exemplo. Isso não ocorre em situações cotidianas, em que a linguagem sofre uma atualização a cada enunciado proposto. A conversação em um âmbito pragmático pode ocorrer e garantir que o teste de Turing seja vencido, isso sem que as máquinas sejam capazes de produção discursiva, elemento oriundo do processo enunciativo, interno, pessoal e único. A língua atualiza-se a cada enunciação, e essa é uma condição que afeta a significação através do sentido, isso torna-se um problema para qualquer agente inteligente que processa a linguagem, fazendo com que as máquinas sejam dependentes dos humanos para a manutenção da língua natural e viva. A relação entre homem e máquina pode ser vista, portanto, por outra ótica, de complementaridade, enquanto um garante o processo de atualização da língua, o outro auxilia com a triagem da informação em um universo digital imensurável pelo ser humano.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }