@PHDTHESIS{ 2020:212380098, title = {Nenhuma vontade do povo: o Rio Grande do Sul na guerra contra o Uruguai e o Paraguai (1863-1870)}, year = {2020}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2084", abstract = "Entre 1863 e 1870 a então província do Rio Grande do Sul esteve envolvida diretamente na retomada do status belicoso na região platina. A investida de setores dos fazendeiros, criadores de gado e produtores de charque, situados no sul do Rio Grande do Sul e norte do Uruguai contra as políticas estatizantes do governo blanco de Bernardo Berro e, depois Atanásio Cruz Aguirre, estavam de conformidade com a intenção de Venancio Flores, caudilho oriental, ligado ao presidente argentino Bartolomé Mitre, de retomar o poder no Uruguai. Desde muito cedo, nesta contenda entre os orientais, fazendeiros rio-grandenses armaram centenas de homens em apoio a Flores. Não demorou muito, o novo governo imperial, nas mãos do Partido Liberal, retomou investida sobre a região platina. Desejavam garantir, de vez, os limites com o Paraguai, em suspenso há tempos. Instituiu-se assim um ambiente de guerra. Guerra esta que se materializou com a frustrada submissão uruguaia por via diplomática e invasão daquele país, sem declaração de guerra, com forte aparato militar, em apoio a Venancio Flores. Com isso, o governo imperial atraiu a tão desejada guerra paralela com o governo paraguaio. A província do Rio Grande do Sul foi inicialmente pensada como base de operações contra o Paraguai e principal bastião militar imperial. Finalizada a questão no Uruguai, com a participação efetiva de forças terrestres enviadas desde as fronteiras rio-grandenses, preparava-se a invasão ao Paraguai. Isso não ocorreria devido a entrada paraguaia em território sulino. As forças de defesa da província, lideradas pelos mais experientes chefes militares, foi insuficiente. Os paraguaios permaneceram por quase dois meses. Rendidos em Uruguaiana, a guerra continuaria em território paraguaio. O Rio Grande do Sul manteve sua importância. Foi a província que mais homens enviou ao conflito, em proporção ao número de habitantes. A vida na província, neste período em que durou o conflito seria profundamente alterada. Milhares de homens chegando, acampando e marchando pela província. Centenas morreria de enfermidades antes mesmo de cruzar a fronteira. Recrutamento forçado; por consenso; em substituição ou voluntariado. Pelas fazendas e vilas refugiavam-se os que se escondiam dos agentes do recrutamento ou os desertores. As mãos que seguravam fuzil soltavam as enxadas. Milhares de homens foram arrancados de seus afazeres para lutar uma guerra que não lhes dizia respeito. Enquanto isso, setores da classe proprietária rio-grandense que provocaram e incentivaram a guerra não a lutaram. Esta pesquisa pretendeu analisar de forma ampla as implicações diretas e indiretas da Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai para o Rio Grande do Sul.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }