@PHDTHESIS{ 2020:1600240307, title = {As terras enguiçadas: a intrusão e reconfiguração agrária nas cercanias de Campo Erê - SC}, year = {2020}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/2074", abstract = "A presente pesquisa tem por objetivo analisar a problemática fundiária no oeste de Santa Catarina, ou mais precisamente a apropriação privada da terra, desencadeada pela intrusão de pequenos agricultores nas cercanias de Campo Erê nas décadas de 1970 e 1980. O que se quer é compreender e problematizar a estruturação da terra no oeste de Santa Catarina no início do século XX. Este trabalho analisa o processo de atuação do Estado na implementação de políticas públicas que promoveram a ocupação do oeste catarinense como forma de inserção da região na produção capitalista. O estudo analisa como a colonização transformou a terra em mercadoria em uma grande área de atuação da Companhia Territorial Sul Brasil nas cercanias do município de Campo Erê. A companhia buscou implementar a mercantilização das terras, principalmente para os pequenos agricultores. A partir do momento em que as relações de mercado passaram a conquistar sua hegemonia na região oeste catarinense aconteceram mudanças significativas em relação à concepção da terra, passando a ser colocada num patamar de mercadoria que se pudesse trocar e vender. A colonização tinha como proposta promover a reocupação de seus imóveis com objetivo de formar núcleos coloniais que atendessem à premissa das relações de mercado. Os grupos que não possuíam o perfil estabelecido por lei podiam ser excluídos, ou seja, passaram para a condição de intrusos. A migração desses grupos aglutinou pequenos núcleos agrícolas, passando por dificuldades semelhantes, demonstrando que esse cenário foi o espaço onde se desenvolveram os conflitos pela posse da terra. Volta-se o olhar sobre a desapropriação por interesse social nas várias faces desses conflitos e o contexto dos olhares dispensados pelo Incra nessa região. Para a análise, considera-se a metodologia da História Social e da História Cultural como uma proposta que discute as relações dos sujeitos, as práticas sociais, a formação de espaços sociais de um território que se fragmenta, se conecta e faz parte de um mesmo conjunto relacional. Obteve-se fontes no Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (Ceom), Museu Municipal Padre Fernando, Maravilha (SC) e a Coordenadoria Regional de Santa Catarina (CR10) (Incra) de Chapecó, as quais permitiram obter informações que pudessem compreender esses conflitos nessa região. Os fatores simbólicos e subjetivos, as características relacionais, produziram suas lógicas e suas multiplicidades de intrusão. Dentro dessas perspectivas, a análise evidencia aspectos mais específicos da realidade dos conflitos agrários. A presença de determinados grupos de pequenos agricultores na região resultou em sérios conflitos, processos judiciais e despejos. Conclui-se com essa análise que a intrusão ocorreu de forma relacional, considerando as multi-identidades e a multidimensionalidade do pequeno agricultor intruso e das formas de intrusão, nas cercanias de Campo Erê nas décadas de 1970 e 1980.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }