@MASTERSTHESIS{ 2019:55009712, title = {O criador e a criatura: movimentos escriturais na construção das personagens do romance Dona Anja, de Josué Guimarães}, year = {2019}, url = "http://tede.upf.br:8080/jspui/handle/tede/1974", abstract = "Esta pesquisa, com base nos estudos da gênese e da personagem, versa sobre o processo criativo desenvolvido pelo escritor gaúcho Josué Guimarães na construção das personagens do romance Dona Anja, publicado em 1978. Para tanto, o objetivo que guia nossas análises é investigar os movimentos escriturais na construção das personagens do romance citado, em um dossiê selecionado, enquanto possibilidade de ampliação ou ressignificação de perfis e funções sócio-históricas, da figura feminina, e político-ideológicas, da figura masculina, e enquanto meio de levantar suposições sobre a forma de composição de personagens do referido autor. Utilizamo-nos de um esboço prototextual sobre as características físicas e psicológicas das personagens do livro, bem como a primeira edição publicada da obra, ambos documentos resguardados no Acervo Literário Josué Guimarães (ALJOG/UPF). Dessa maneira, nosso estudo estabelece um movimento comparativo entre os dois elementos do dossiê para identificar movimentos escriturais entendidos como variantes, diferenças de uma versão do texto para outra. Possuindo viés qualitativo de abordagem, a pesquisa, quanto aos procedimentos técnicos, é bibliográfica, ao fazer o levantamento da teoria em livros e artigos da área; e documental, ao tratar um material não sistematizado antes. Dessa forma, no primeiro capítulo teórico, cujas principais bússolas sobre crítica genética são Hay (2007), Pino e Zular (2009) e Biasi (2010), são exploradas as noções genéticas essenciais para o trato com manuscritos e o trabalho em um acervo literário, o léxico específico dessa ciência, seu objeto de análise e as instâncias em que estão situados o escritor e o geneticista. No segundo capítulo teórico, baseado, principalmente, nas contribuições sobre personagem de Rosenfeld e Cândido (1976), Brait (2017) e Reis (2018), traçamos uma breve visada diacrônica sobre a personagem e tratamos dos recursos de composição do ente fictício com olhar contemporâneo. O capítulo de análise traz com maior detalhamento os procedimentos metodológicos, a vida e obra do autor analisado, o Acervo Literário Josué Guimarães, breves apontamentos sobre a ditadura civil-militar brasileira e um resumo sobre o romance explorado. Além disso, é neste capítulo que encontramos a investigação dos movimentos escriturais na composição das personagens de Josué Guimarães, as quais passaremos a chamar josuesianas. Por fim, nas considerações finais, pudemos concluir que os movimentos escriturais identificados nas personagens mulheres de Dona Anja indicam que as personagens femininas possuem funções sócio-históricas pertencentes a uma sociedade patriarcal conservadora e machista, na qual o papel delas é servir aos homens enquanto objetos sexuais, sem papel político ou força de discurso. O apagamento biográfico evidenciado nessas personagens aponta para um gesto de tipificação da narrativa que não só se relaciona com as funções sociais exteriores à obra, como mantém estreita ligação com a coerência interna do romance. Com as personagens masculinas, as descontinuidades são menos severas, mas a tipificação permanece. Josué entende que suas personagens, em Dona Anja, são massas verbais e, portanto, as manipula conforme a composição da narrativa, mas, em um gesto redacional pessoal, concebe a elas, no prototexto, um sopro de vida: as breves biografias.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }