@PHDTHESIS{ 2018:5582837, title = {A mestria socrática do cuidado de si e a formação como autoformação: um estudo com Michel Foucault}, year = {2018}, url = "http://tede.upf.br/jspui/handle/tede/1537", abstract = "A pesquisa apresentada objetiva recolocar no cenário da formação humana a figura do mestre. Pretende-se repensar seu lugar diante do desafio de formar para a autoformação. Um desafio cada vez mais premente frente à complexidade da vida nas sociedades contemporâneas. Para isso, mobilizada pelo modo como Michel Foucault trata na A Hermenêutica do Sujeito a figura de Sócrates, concedendo-lhe o lugar de ¿mestre do cuidado de si¿, a pesquisa busca expandir e fortalecer a mestria socrática com base nas contribuições de outros filósofos contemporâneos. Com Pierre Hadot, encontra a imagem da mestria socrática como instituidora de uma filosofia como modo de vida. Em Hannah Arendt, a dinâmica do dois-emum socrático intensifica a necessidade de ¿pensar consigo mesmo¿ para melhor viver com o outro. E, com Jacques Rancière, encontra uma forte crítica à mestria socrática, que contribui para entender os possíveis riscos de uma prática formativa embrutecedora. Em síntese, essas leituras filosóficas da mestria socrática fortaleceram o cuidado de si foucaultiano referente aos seguintes aspectos: a relevância do papel do diálogo nos processos de formação humana; o modo como os problemas e situações da vida do próprio sujeito devem ser objetos do diálogo; o diálogo como exercício de si sobre si; e o domínio de si sobre si por meio do exercício dialógico. Em decorrência, o saber alcançado a partir do cuidado de si socrático constitui-se como saber de espiritualidade que transfigura o si mesmo, pois resulta da atividade dialógicoreflexiva do próprio sujeito. Isso permite um modo específico da relação entre verdade e subjetividade distinto do modelo cartesiano que prioriza a verdade em si mesma ao desvaecer a transfiguração do sujeito. O que está por trás, então, da retomada da figura do mestre do cuidado de si nos processos de formação humana é a reconstituição do aspecto éticoexistencial do si mesmo, perdido quando a epistemologização do sujeito esmagou a subjetivação ética do si mesmo. Para tanto, o mestre é quem incita, por sua prática dialógica de cuidado de si e do outro, a formação humana como momento para se experimentar o si mesmo como sujeito ético da verdade, pois a autoformação responsabiliza imediatamente o próprio sujeito por seu modo de vida. Como principal resultado, a pesquisa pretende reascender o espaço pedagógico do mestre, que, em razão da peculiaridade de sua mestria, passa a mobilizar a autoformação do discípulo.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Faculdade de Educação – FAED} }