@MASTERSTHESIS{ 2018:619125870, title = {A medicalização e a patologização da infância: epistemologia subjacente e repercussões na escola}, year = {2018}, url = "http://tede.upf.br/jspui/handle/tede/1494", abstract = "Este é um estudo teórico-crítico a respeito do fenômeno da medicalização e patologização da infância na dimensão de seus pressupostos e de sua repercussão na escola. O problema de investigação consiste em compreender quais pressupostos histórico-filosófico-epistemológicos subjazem ao fenômeno e que contribuições podem oferecer a psicanálise e a hermenêutica filosófica no sentido de pensar uma escola que faça frente ao aspecto objetificador do ser humano que está em sua base. A hipótese de trabalho parte do entendimento de que a compreensão apressada dada aos comportamentos inadequados das crianças em termos de patologia ¿ patologização (que se ampara na crescente medicalização da vida) ¿ e o tratamento medicamentoso como primeira escolha ¿ medicamentação ¿ obstaculiza os processos de subjetivação na infância ao invés de facilitá-los, pois nega a prioridade do semelhante na constituição subjetiva e a potência do encontro professor-aluno, sua repercussão na escola. Do ponto de vista metodológico, esta pesquisa vale-se da postura hermenêutica no trato com as fontes e material de estudo, bem como da pesquisa em psicanálise, quando toma a experiência de intervenção concreta sobre a realidade como matéria-prima sobre a qual articula e compreende os conceitos. Para corresponder a este objetivo, o trabalho está estruturado em três capítulos. O primeiro situa o problema da medicalização e patologização na infância e principais conceitos, aproximando-o do contexto da escola. Desenvolve o conceito de subjetividade, demonstrando que as diferentes perspectivas sobre a constituição subjetiva produzem compreensões e práticas distintas sobre os ¿sintomas comportamentais¿ de uma criança (patologizantes ou subjetivantes), bem como discute seu impacto sobre a ação docente e exemplifica o risco potencial de destituição subjetiva do professor. O segundo capítulo destina-se a desvelar o aspecto reducionista que está na base da medicalização e patologização da infância, desde seus pressupostos antropológicos, epistemológicos e históricos, sustentando ser essa a via para evitar o dogmatismo desses processos e seus perniciosos efeitos sobre a educação de crianças. Propõe também um contraponto ao modelo reducionista que permita, desde os conceitos neurocientíficos de epigenética e plasticidade neuronal, a composição de hipóteses de compreensão do sofrimento psíquico que incluem a inter-relação entre o biológico e os fatores ambientais, sustentando uma epistemologia não-objetificadora do sujeito e da infância. O terceiro capítulo toma como exemplificação uma experiência de intervenção subjetivante realizada no interior da escola e articula os conceitos de diálogo, saúde e tratamento, desde a hermenêutica filosófica, bem como o conceito de estranho e da noção de intervenção psicanalítica extramuros, desde a psicanálise, visando pensar perspectivas e ações para além da patologização da infância, que culmine em experiência formativa. Apresenta fragmentos de uma escuta e intervenção realizada em escola, onde essa carga conceitual se fez viva, e ilustra como um ato com essa qualidade pode resultar em resgate humanizante de crianças estigmatizadas pela patologização. Os resultados obtidos permitem concluir que o recurso à hermenêutica filosófica e à psicanálise freudiana, quando convertidos em ação concreta no interior da escola, contribuem decisivamente para a construção de relações humanas não patologizantes, na medida em que potencializam o efeito formador e subjetivante do encontro humano, cujo alcance favorece a restituição simbólica e subjetiva à criança patologizada, devolvendo a ela a esperança de projetar-se no futuro, apesar das dificuldades.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Faculdade de Educação – FAED} }