@PHDTHESIS{ 2017:1110542728, title = {Da escola sem sentido à escola sem função: por uma constituição da Skholé}, year = {2017}, url = "http://tede.upf.br/jspui/handle/tede/1222", abstract = "Apresento nesta tese uma investigação acerca da especificidade da escola no contexto do "novo capitalismo" e seu desdobramento "neoliberal", extraindo uma tipologia escolar marcada pela "linguagem da aprendizagem" em detrimento da "linguagem da educação". Num contexto em que tudo passa a ser "tempo produtivo", o problema é pensar uma escola que esteja instaurada numa lógica diferente dos interesses da família, da sociedade, da política e, especialmente, do "novo capitalismo". Procedo com uma interpretação de um conjunto de bibliografias no intuito de estabelecer um marco conceitual acerca das características fundamentais desse contexto, evidenciando o caráter instrumental e utilitário da escola que, assim, perde sua especificidade e fragiliza a essência da educação, que é a "natalidade" (Arendt). Trata-se de forçar os conceitos e explicitá-los argumentativamente para ressignificá-los, almejando defender um sentido da escola para além do "novo capitalismo". Defendo, portanto, que o "novo capitalismo" cristalizou elementos da Modernidade como a desconsideração do passado, o pathos do novo e, em alguma medida, a conversão de todas as esferas e experiências em "trabalho" (labor e/ou work). Isso converteu a escola em um espaço de "produção" e/ou de "consumo", evidenciado pela introdução na linguagem escolar de um léxico da gestão empresarial. Uma escola que possa preservar a novidade das "novas gerações", que lhes dê a oportunidade de experimentarem a si mesmas e ao mundo como "novos", só pode ser uma instituição conservativa do "tempo livre" instaurada no "tempo presente" (skholé). No "novo capitalismo", é possível que a escola seja o único espaço em que as pessoas tenham a oportunidade de experimentar o mundo e a si mesmas sem as injunções da utilidade ou da funcionalidade. Na escola, o mundo é desprivatizado, tornado público, um isso, um aqui e um agora. Isso ocorre experimentando o mundo, manipulando-o e agindo; respondendo às indagações das "matérias", dos colegas e dos professores; pensando sobre o que aconteceu e acontece; introduzindo as crianças e jovens no mundo, em suas linguagens, cultura e passado, apoiados pela segurança, cuidado e responsabilidade dos adultos. Se no "novo capitalismo" os indivíduos sentem que não controlam mais o tempo, porque não há longo prazo, a escola é o contraponto àquele, um momento e um evento em que não há a preocupação com "matar o tempo", "passar o tempo" ou estar sob o controle do relógio. A skholé é o tempo e o espaço privilegiado para estudar, pensar e agir. Sem essa concepção atualizada de skholé a escola não pode ser escolar. Em tempos sombrios a skholé é a esperança que depositamos na chegada de cada nova geração.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Faculdade de Educação – FAED} }