@MASTERSTHESIS{ 2017:1238366022, title = {O homem do subsolo diante do espelho: o irônico diálogo "do homem com o homem" em Fiódor Dostoiévski}, year = {2017}, url = "http://tede.upf.br/jspui/handle/tede/1190", abstract = "Esta dissertação, intitulada O homem do subsolo diante do espelho: o irônico diálogo do "homem com o homem" em Fiódor Dostoiévski, busca analisar por meio de um percurso teórico-metodológico de escopo interdisciplinar ¿ as marcas da linguagem irônica inscritas no discurso literário, especificamente na primeira parte de Memórias do subsolo, de Fiódor Dostoiévski. Empreender esta tarefa revela uma tríade justificativa: a contribuição para a redução do hiato que separa literatura e linguística; a abordagem da ironia inscrita no discurso literário por meio de um itinerário teórico-metodológico alicerçado na materialidade discursiva; a contribuição para o entendimento da constituição do discurso literário, em que ironia, em suas distintas concepções, assume papel central devido a sua posição privilegiada no espaço de trocas discursivas. A ironia, ao romper com o preestabelecido, com as imagens estereotipadas e os discursos de poder, consiste em um posicionamento subversivo essencial à gênese do discurso literário, uma vez que está relacionada à sedução, que afasta da trama discursiva as cenas de fala totalmente previsíveis. Adotamos para esta dissertação, caracterizada como uma pesquisa descritiva e bibliográfica, com abordagem qualitativa, os seguintes alicerces teóricos: sobre ironia e sujeito irônico, os pressupostos de Jankélévitch (1964), Olbrechts-Tyteca (1974), Knox (1989), Ducrot (1990), Muecke (1995), Maingueneau (1996a, 1996b, 1997, 2011a), Schlegel (1997), Perrot (2006), Pichová (2006), Brait (2008), Alavarce (2009), Kierkegaard (1841/2010), Eggs (2015) e Dirienzo (2016). Sobre a poética dostoievskiana e ato ético responsável ¿ singular e irrepetível ¿, os pressupostos filosóficos de Bakhtin (2010a, 2010b, 2011, 2013, 2015). Quanto ao itinerário teórico-metodológico, evocamos os trabalhos de Maingueneau (1997, 2008a, 2008b, 2008c, 2008d, 2010a, 2010b, 2011a, 2011b, 2012), que contribui com as noções de cenografia e ethos discursivo. Em consonância com este percurso metodológico, evocamos o paradigma indiciário de Ginzburg (1989), que, ao propor como método científico a análise pormenorizada dos sinais, aproxima-se da análise de discurso de Maingueneau (2008a), a qual nega uma visão macroscópica sobre o discurso, atentando-se minuciosamente aos planos que o constituem. A análise do corpus revelou que a ironia, ao fugir das imagens coletivamente comungadas, constitui uma singularidade, que, num tempo e espaço unívocos e irrepetíveis, atua como pedra fundamental da arquitetônica discursiva. A ironia contribui para a construção das cenas de fala, cujo enunciador denuncia suas verdades sobre o mundo, sem negar espaço, contudo, às vozes alheias. É nesta arena de vozes, instaurada pelo monólogo polifônico, que a dessacralização dos discursos mundanos é realizada. A ironia é a ânsia, a angústia, o riso sádico, sôfrego e latente, que o sujeito encontra para reivindicar, através do ato assinado, seu espaço no mundo.", publisher = {Universidade de Passo Fundo}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH} }